Resenha - As Quatro Rainhas Mortas

Título: As Quatro Rainhas Mortas 

Autor: Astrid Scholte

Editora: Galera Record

Classificação: 

Páginas: 392

Sinopse:  

No continente de Quadara, há séculos quatro rainhas reinam absolutas, cada uma representando o próprio quadrante. Juntas, mas separadas. A decidida iris fala por archia, a ilha de terras férteis; a estoica corra representa a tecnológica eonia; marguerite, a mais velha das rainhas, é a soberana de toria e de seus curiosos habitantes; e stessa, a mais jovem, é o rosto de ludia, o quadrante da diversão e da arte. As quatro mulheres dividem o poder, sempre respeitando as leis das rainhas, sempre pensando no povo e no melhor para a nação.

Mas elas têm segredos, e estes podem ser letais. Tão letais quanto Kelarie Corrington. Aos 17 anos, a toriana é a mais hábil larápia e a melhor mentirosa de jetée. Um distrito de excessos, contrabando e charlatões. O último lugar que varin, um mensageiro eonista, deveria visitar. Mas ele foi roubado. Por kpKeralie, e a jovem é a única esperança de reaver a mercadoria e manter seu emprego. Um mensageiro nunca pode perder sua encomenda. Para piorar, há coisas muito mais sinistras nos chips de comunicação afanados por Keralie.

Algo que pode enredar a larápia e o mensageiro em uma conspiração para assassinar as quatro rainhas de Quadara. Sem opção, os dois resolvem se unir para descobrir o assassino e salvar a própria vida no processo. Quando sua relutante parceria começa a se transformar em algo mais, os dois precisam aprender a confiar um no outro e a superar as diferenças entre quadrantes para viver esse amor. Mas será que uma curiosa toriana e um insensível eonista têm alguma chance.

As Quatro Rainhas Mortas é uma trama que intriga o leitor mesmo você sabendo qual caminho a história irá seguir. Com um enredo marcante, foi um livro que me surpreendeu em certos aspectos, mas que pecou em falta de outros.

O continente de Quadara é dividido por quatro populações e quatro rainhas reinam seus povos de maneira firme e impassível. iris é a rainha que cuida de Archia, a ilha das terras férteis que vivem uma vida simples e natural.
Corra é nossa segunda rainha e representa Eonia, sua terra cheia de tecnologias e avanços muito grandes na saúde da população, apesar dos Eonios não terem muitos sentimentos, eles possuem grandes avanços em seu lado.
Marguerite, a mais velha das rainhas, é a soberana de Toria, um lugar onde os habitantes são conhecidos por serem curiosas e valentes.

E a última rainha Stessa, que é a mais jovem, é o rosto de Ludia, o quadrante onde só existem cores, vida e arte.
As quatro rainhas dividem o poder, mas sempre seguindo os padrões de suas terras sempre respeitando as leis das rainhas, e é claro sempre pensando no povo e no melhor para a nação. Mesmo assim, todas tem seus segredos  e são segredos imperdoáveis caso alguém descubra.

Em Tória conhecemos Kelarie Corrington. Uma garota que aos 17 anos, é a melhor ladra e  mentirosa do distrito de Jetée. Depois de um passado conturbado, Kelarie  agora vive com contrabandos e roubos junto de seu amigo Michael.
Mas quando um roubo a deixa em apuros e um jovem mensageiro entra em seu destino, Keralie terá que enfrentar seus medos e tentar de uma forma resolver o problema que surge em sua frente, pois existe um grande complô para assassinar as quatro rainhas e se Keralie não correr contra o tempo, ela não poderá salvar nem ela e nem as soberanas.

" Ás vezes fracassamos porque não estamos destinados ao sucesso."

As Quatro Rainhas Mortas se mostrou uma história de fantasia com uma grande trama, que acaba te prendendo para saber como vai ser o desfecho de tudo e como toda a história começou, mas ela peca muito no quesito de desenvolvimento, onde a autora não trabalhou tão bem, deixando muitos pontos sem explicação e sem um preparo melhor para o livro.

Você deve estar se perguntando porque eu dei uma nota alta mesmo com esses pontos crucias que faltaram no livro e eu digo que dei uma boa nota pela história apresentada em si e a ambientação que realmente me interessou bastante.

Os personagens são explorados, mas não completamente, acho que por ser um único volume, ficou faltando muita coisa a ser dita e até melhor desenvolvida e com essas trezentas páginas a autora não conseguiu explorar por completo o mundo vasto que ela criou, deixando a história dos personagens um pouco superficial ( mesmo tendo tentado explorá-las)deixando toda a riqueza da ambientação de lado em certos momentos por não ter tempo de explorar mais e também a resolução acabou sendo rápida, superficial demais para um livro que poderia  ter ido muito além.

A autora até conseguiu criar uma reviravolta para lá de interessante na história, mas as explicações depois que para mim foram o que pecaram para que o final não fosse tão impactante e a história acabasse rápido demais. Sabe aquele sensação de você ler, ler e no final olhar e dizer " tá, mas cade o resto?" foi assim que me senti ao concluir a obra.

Mas nem tudo foi por água abaixo, gostei muito da história das rainhas, o tipo de governo e a divisão dos povos, cada um vivendo de uma forma totalmente diferente por conta das suas culturas ( que leu divergente vai ter uma noção de como seria) mesmo achando que poderiam ter sido explorados mais ou até mesmo tendo um segundo volume para uma história mais completa.

A narração feita pelas rainhas foi muito interessante e foi bacana a autora explorar mulheres fortes, destemidas que apesar de seguirem leis rigorosas no fundo possuem sentimentos e segredos como qualquer outra pessoa. Todas as personagens são agradáveis e é fácil entender suas personalidades por conta de suas histórias antes de ser tornarem monarcas.

A personagem Keralie me agradou em diversos pontos da trama por ser uma garota destemida e corajosa, ela conseguiu levar o livro em alguns momentos, mas em outros sentia que a personagem entrava em conflito consigo mesma, ao mesmo tempo que era corajosa e dona do seu destino, as vezes regredia e se mostrava insegura com algumas coisas.

O romance criado entre entre ela e Varin não me conquistou por completo, achei o personagem mal explorado e apesar disso, não consegui conectar os dois por serem totalmente opostos um do outro, não vendo aquela conexão que eu gostaria de ver. Na verdade achei mais uma amizade do que romance entre os dois em diversos momentos.

Os ''vilões'' por assim dizer, foram os que realmente achei muito mal trabalhados na história e apesar de terem motivos para serem como eram, não me conquistaram ao longo da história pela falta de exploração.

A diagramação da editora está muito bem feita, a capa trás um ar fantástico e sombrio para a história e remete bem o enredo. Não encontrei erros durante a leitura do livro.

Para concluir essa resenha, posso dizer que As Quatro Rainhas Mortas  peca muito no desenvolvimento do livro no geral, mas que vale a pena ser lido pela história apresentada, e se você for assim como eu que já fui ler sem grandes expectativas, tenho certeza que a leitura será agradável, pois no geral é uma obra interessante.