Resenha - Trono de Vidro: Reino de Cinzas

Título: Reino de Cinzas – Trono de Vidro #7

Autor: Sarah J. Maas

Editora: Galera Record

Classificação: 

Páginas: 992

Sinopse: Capturada pela Rainha dos Feericos, Aelin está presa dentro de um caixão de ferro em um local secreto, aparentemente sem esperanças de fuga. Enquanto ela aguenta meses de tortura, seus amigos se espalham por diferentes destinos. Sem Aelin para protegê-los, o soldado Aedion e a metamorfa Lysandra precisam defender seu reino a todo custo. Também deixados para traçar seus próprios caminhos, a fim de mudar a história, estão Chaol, a bruxa Manon, e o menino de ouro Dorian, enquanto o companheiro de Aelin, o macho Feerico Rowan, procura em todo o mundo por seu amor perdido.

Quando Aelin reúne a força para se salvar e lutar a batalha final de sua vida, todos os seus destinos estão na balança. Alguns laços vão se unir ainda mais, outros serão cortados para sempre, e mistérios serão revelados neste final de série emocionante e cheio de ação.

Contem spoilers dos livros anteriores

 E aqui estamos com a última resenha de Trono de Vidro foram 8 livros que trouxeram uma história rica em detalhes, com muitos, mas muitos personagens marcantes e com uma personagem girl power incrível demais!

Já deixo aqui minhas eternas saudades de todos os personagens da história, seja aqueles que lutaram e sobreviveram e até mesmo aqueles que não puderam viver ao longo do livro.

Em Reino de Cinzas a história se inicia do ponto que parou em Império de Tempestades e também em Torre do Alvorecer. Aelin Galathynius acabou sendo presa e torturada pela rainha Maeve que quer acima de tudo as chaves de Wyrd para dominar o mundo. Mas Aelin não vai ceder a Maeve, nem que ela morra acorrentada no caixão de ferro em que está presa, pois a única missão de Aelin é salvar Terrasen e a todos.

 “É a força disso que importa. Não importa onde você esteja, não importa o quão longe, isso vai levar você para casa. [...] Você não cede.”

Enquanto Aelin está presa, Rowan, Gavriel, Elide e Lorcan estão em busca de Aelin que desapareceu com Maeve sem deixar sinal ou pistas de onde estão. Ambos terão que enfrentar a rainha má se quiserem salvar Aelin antes que seja tarde demais para ela.

Já Manon e Dorian partem junto com as treze para encontrar as bruxas Crochan, além de tentar ganhar novos aliados, Manon quer por fim decidir o que fazer com seu lado Crochan e seus familiares, enquanto Dorian está treinando cada vez mais seus poderes para encontrar a terceira chave de Wyrd e por um fim de vez nas monstruosidades de Erawan.

 "Há um mundo melhor lá fora. E eu lutarei por ele."

Aedion, Lysandra e seus amigos estão juntos com seus aliados lutando contra as forças de Morath. Lisandra tem o grande papel de fingir ser Aelin para todos os aliados enquanto a mesma está presa tentando se salvar. E Aedion tem o grande peso de tomar as decisões para lutar contra o grande numero de inimigos que avançam cada vez mais contra Terrassen e lá ambos terão que decidir o que fazer para ganhar essa batalha que está praticamente impossível de vencer.

Já Chaol, Yrene, Nesryn, Sartaq e o povo de Antica estão correndo para poder chegar a Terrasen para lutar contra os Valgs sombrios que espreitam cada vez mais o continente. Mas lá eles terão que fazer uma parada para uma batalha sombria que está espreitando Anielle e terão que fazer de tudo para poder salvar as pessoas dessas terras.

Todos os personagens estão espalhados pelo continente tentando encontrar e reunir aliados para ajudá-los na principal guerra que se aproxima e não só salvar Terrasen, mas o mundo todo onde Erawan e até mesmo Maeve querem conquistar com seus poderes sombrios e sucumbir o mundo ao caos. Mas será que Dorian e Aelin estão prontos para se sacrificarem para por um fim em tudo isso? Será que o mal que os espreita já não teria vencido essa batalha?

 "Mesmo que essa escuridão fragmentada ainda morasse dentro dela, mesmo que até mesmo falar fosse difícil, ela mostraria o que eles desejavam ver. A Portadora do Fogo, inquebrável. Aelin do Fogo Selvagem."

Gente o que falar dessa série que me conquistou aos poucos e que deixa muita saudade em meu coração. Sarah trabalhou tão bem em Trono de Vidro que fica impossível você não apaixonar pelos personagens e até mesmo pelo mundo que ela criou dentro dessa história.

Para quem acompanhou o trajeto de nossa personagem durante esses 7 e até mesmo 8 livros (se contar A Lâmina da Assassina) sabe o quanto Aelin/Celaena sofreu a sua vida toda. Desde o momento em que perdeu sua casa, sua família, e foi forçada a viver com o mestre dos assassinos, a se tornar uma assassina profissional, a se apaixonar, a ser traída, a perder seu grande amor, a se tornar escrava e por fim se tornar Aelin Galathynius a herdeira de Terrasen e ainda sim sofrer muito mais na pele de Rainha já que nem tudo foi fácil durante sua jornada, ainda mais quando ela descobre seu verdadeiro propósito na guerra.

 E para finalizar sofre totalmente nas mãos de Maeve nesse livro. Gente como Aelin sofreu, tem cenas nessa história que não tem como você não se sentir angustiado ou até mesmo sofrer com a personagem e não só foi um sofrimento físico, mas mental também, Maeve conseguiu torcer a mente de Aelin para chegar no ponto dela não saber o que era real ou não e fazer a personagem se desestabilizar, coisa que não vimos em livro nenhum. O crescimento da personagem do primeiro livro para cá é gritante, mas Aelin não perde seu humor e seu sarcasmo durante o tempo que se passa, mas conseguimos o crescimento dela devido ao peso que ela começa carregar nas costas.

Temos Rowan nesse livro, e gente que homem/fae! Juro que desde o momento que o conheci no terceiro livro ele já virou meu crush literário do momento. Rowan está quebrado depois das revelações do final do quinto livro, e se culpa por não ter descoberto algumas coisas antes. Mas mesmo com a culpa, ele não para nenhum instante de procurar por Aelin, não para de pensar nela e de querer protege-la do mal de Maeve. 

Rowan consegue ser feroz, leal e muito honrado durante seu desenvolvimento, e sua interação com Aelin é maravilhosa, dá para ver o quanto um foi feito para o outro e como eles se completam nas partes que são diferentes. O que eu gosto da relação desse casal, é que ambos são parceiros em tudo, eles dividem o peso da guerra entre eles, e lutam sempre juntos para conquistar um mundo melhor, sempre apoiando a decisão do outro. Uma parceria perfeita por assim dizer.

Temos Dorian nesse livro que teve um papel bem importante e posso dizer até mesmo destacável nessa história, e seu crescimento não passa despercebido também durante esses livros. Já que no primeiro livro vemos um príncipe mimado cheio de regalias e mulheres a toda parte. Já nesse livro vemos o quanto Dorian se quebrou com os acontecimentos de sua vida, com seu pai, Sorcha, o colar valg que estava em seu pescoço, além do peso do reino de Adarlan em suas costas. E nesse livro vi o personagem mais ativo, menos bobo, e bem mais esperto, já planejando e calculando seus movimentos. E até mesmo sua interação com a rainha Maeve em algumas cenas foram maravilhosas, fez Dorian subir no meu patamar altamente depois disso.

Manon que teve um papel exemplar e maravilhoso nesse livro, teve seu destaque e olha, que personagem lacradora. Ela e Aelin consegue carregar o livro facilmente durante a leitura. E nesse livro podemos ver as decisões de Manon, sua luta contra seu antigo clã, sua família nova, sua interação com as trezes e como Manon simplesmente se tornou forte, poderosa e rainha de tudo. Foi uma personagem que de inicio eu não tinha gostado tanto, mas que ao longo dos livros me conquistou totalmente e fiquei fascinada por ela além de toda a história das bruxas e culturas que Sarah criou. 

As treze também merecem seu destaque e fiquei muito emocionada com algumas cenas que se passaram nesse livro. Já Dorian e Manon tiverem um certo romance durante os livros e foi legal ver o trabalho da Sarah nessa história não focando no romance entre eles, mas mais no companheirismo e carinho que um tem pelo outro, por mais que eles sejam bem diferentes.

Aedion nesse livro sinceramente foi meio sem sal. Foi um personagem que passou o livro todo na guerra, mas que o peso das decisões de Aelin e seu desaparecimento fizeram o personagem se tornar chato em vários momentos, e deixando a história na sua narração meio enfadonha. Sua interação com Gavriel foi muito pouca e mal temos cenas entre pai e filho nesse livro o que foi uma pena, pois queria ter visto uma reconciliação melhor dos dois.

Lisandra foi outra personagem feminina girl power. Tendo o peso de fingir ser Aelin, tendo que lutar se transformando e se esgotando nos campos de batalha, ela conseguiu seu destaque e seu desenvolvimento nesse livro. Foi uma personagem querida o tempo todo.

Chaol e Yrene tiveram peso nesse livro, e se você não leu Torre do Alvorecer antes de começar a ler esse livro, vai ganhar vários spoilers. Mas voltando aos personagens, Chaol se mantem um bom personagem nessa sequência, tem seu destaque mas não tão grande, já que livro anterior ele pode ter todo o merecimento que precisava.

Yrene que primeiro aparece em Lâmina da Assassina e depois em Torre do Alvorecer, teve um papel crucial nesse livro e para uma personagem que não tinha aparecido nas histórias anteriores ganhou um destaque imenso na história fazendo toda a diferença na batalha que estavam enfrentando. Foi muito bacana no livro anterior conhecer melhor sobre a classe dos curandeiros e foi fácil ver Yrene entrando em ação em várias partes.

Já Lorcan e Elide também tiveram seus momentos na batalha e Elide mais uma vez mostrou que é uma personagem muito forte, não fisicamente, mas com sua mente afiada, uma das resoluções finais do livro é por conta dela. Foi uma personagem que gostei muito desde que apareceu na trama e até o final foi uma das minhas queridinhas. Lorcan teve seus momentos bons  e ruins nesse livro, mas no final ele conseguiu se acertar, principalmente com Elide do seu lado.

Fenrys foi outro personagem que merece seu destaque, pois ele sofreu tanto quanto Aelin nas mãos  de Maeve e infelizmente aquela luz que ele tinha no quinto livro se apagou um pouco nessa história, mas mesmo assim merece seu destaque pela lealdade dele e sua determinação.

O cenário foi muito bem feito por Sarah e não passou nada despercebido, conseguimos visualizar bem as terras e até mesmo continentes que ela criou dentro dessa história tão rica, além é claro de todos os detalhes de clima, terras, que ela descreve ao longo da narração.

Falando em Narração temos vários personagens narrando esse livro e podemos ver muito bem todo o continente conforme eles estão espalhados e podemos entender melhor como a guerra está afetando tudo, não só os personagens, mas também as outras pessoas.

O desenvolvimento da trama foi muito bem feito, com suas praticamente 1000 mil páginas, Reino de Cinzas é rico em detalhes, principalmente as cenas de guerra, luta e mortes. E a história não ficou corrida em momento nenhum, dando espaço para todos personagens se desenvolverem, e também a história correr bem.

Os vilões foram muito bem feitos, tanto a história passada e o porque eles queriam tanto destruir esse mundo e tanto o presente e seus objetivos.

A resolução final da história foi marcante e teve um desfecho para lá de satisfatório, deixando o leitor com saudades das histórias desses personagens tão queridos por nós.

Para finalizar posso dizer que Trono de Vidro - Reino de Cinzas foi uma ótima finalização da série e que Sarah deixa nos leitores satisfeitos com todas perguntas que tínhamos durante a leitura de seus livros. E que ela merece destaque por ser uma autora com uma escrita muito bem feita, trazendo para um livro de 1000 páginas tempo certo, sem nada ser muito rápido ou enfadonho e conseguindo fechar bem todos os personagens dentro da história.

Já deixo minhas sinceras saudades de Aelin e sua turma.