Resenha - Torre do Alvorecer

Título: Torre do Alvorecer – Trono de Vidro #6

Autor: Sarah J. Maas

Editora: Galera Record

Classificação: 

Páginas: 644

Sinopse: Chaol Westfall sempre se definiu por sua lealdade inquebrável, sua força e sua posição como capitão da Guarda. Mas tudo mudou desde que o Castelo de Vidro se quebrou, seus homens foram abatidos e o rei de Adarlan o poupou de um golpe de morte, mas deixou seu corpo quebrado. Sua única chance de recuperação reside nos lendários curandeiros da Torre Cesme em Antica ― a fortaleza do poderoso império do continente do sul.

E é para lá que ruma Chaol, acompanhado de Nesryn, única mulher na Guarda Real e sua nova capitã, depois de Chaol ter sido nomeado Mão do Rei. Mas com a guerra se aproximando de Dorian e com Aelin lutando por seu trono de direito, Chaol pode ser uma peça-chave para a sobrevivência dos dois jovens monarcas, convencendo outros governantes a se aliarem a eles.

O que Chaol e Nesryn descobrem na Antica, no entanto, vai mudar os dois ― e ser mais vital para salvar Erilea do que eles poderiam ter imaginado.

 OBS: Possui spoilers dos livros anteriores.

Mais uma vez, Sarah consegue arrasar e trazer muitas revelações na série Trono de Vidro e apesar desse sexto livro não ter Aelin como protagonista, temos Chaol, Nesryn e Yrene para nos conquistar nessas grande páginas que contém muitas explicações que serão decisivas para o próximo livro da série.

Depois dos acontecimentos do quinto livro, Chaol Westfall acabou em uma batalha com a morte e conseguiu sobreviver, mas seu corpo nem tanto.

Depois da luta de Aelin, Dorian contra o rei de Adarlan, Chaol acabou sendo atingindo e perdendo a mobilidade de suas pernas. Da cintura para baixo Chaol não sente nada e sua única esperança é uma viagem para Antica, onde existem os melhores curandeiros do mundo, além de uma missão quase impossível que lhe foi designada por Dorian e Aelin.

Chaol que agora é mão do rei Dorian, e Nesryn nova capitã da guarda, são encarregados além de curar as pernas de Chaol, convencer o Khagan, o soberano de Antica a se unir a eles na guerra contra Erawan em Morath, mas essa missão pode bem complicada e ambos terão que ter muito cuidado nesse continente onde tudo é diferente.

 "O medo vai matá-lo tão facilmente quanto uma espada."

Quando Chaol e Nesryn por fim chegam em Antica, ambos logo percebem que conseguir essa aliança se provará um desafio maior do que o esperado, principalmente quando alguns mistérios e forças sombrias surgem nesse lado do mundo também.

Lá Chaol terá o desafio de conquistar o Khagan ou seus filhos, mas com o luto deles por uma filha perdida, a tarefa se torna mais difícil para ele, além de seu problema inicial: Yrene Towers. A alta curandeira responsável por cuidar de seu ferimento, parece ter uma certa rivalidade com ele, mas conforme ambos vão se conhecendo, eles vão cada vez mais desvendando alguns mistérios em volta dos poderes sombrios, além do poder de cura de Yrene que pode ser uma das chaves para desestabilizar a guerra que está por vir.

“E o medo podia ser uma motivação que ajudaria muito ou destruiria qualquer chance de aliança.”

Já Nesryn está encantada com Antica, já que é a terra natal de sua família. Com a missão de ajudar Chaol e também convencer o grande Khagan a se aliar a eles, Nesryn começa a conhecer melhor algumas culturas do povo de Antica e nesse meio termo ela logo acaba esbarrando em um dos príncipes do reino, Sartaq. Comandante dos cavaleiros Ruk de seu pai. Chamado de  Rukhin. A aérea do norte do continente o povo Antico habita há muito tempo nas altas montanhas de Tavan com seus ruks: enormes pássaros, em forma de águia, grandes o suficiente para levar gado e cavalos. E o príncipe era totalmente responsável pelas frotas áreas do reino.

Logo Nesryn se vê cada vez mais entretida e próxima de Sartaq, e juntos partem para uma aventura e começam a procurar vestígios de ameaças sombrias que vem rondando Antica no norte nas montanhas de Tavan, onde ambos desvendarão respostas muito importantes para o curso da guerra em Adarlan.

" - O que Aelin prometeu a você?- Um mundo melhor."

 

Nesse sexto livro podemos ver o quão grande é esse universo que Sarah criou para Trono de Vidro. Já tinha ficado encantada com Corte de Espinhos e Rosas pelo vasto mundo que ela tinha escrito, mas nem se compara com o tamanho do trabalho sobre Trono de Vidro. Além dos continentes, culturas, além das lendas, tribos, espécies diferentes, Sarah consegue criar diversos personagens, costumes, e toda uma cultura nesse livro. 

Se eu já estava surpresa, com os territórios antes de ler esse livro, posso dizer que fiquei de queixo caído com a maestria que autora escreve tudo isso, e olha que não é pouca coisa gente. Para quem leu a série sabe o que estou dizendo. E para quem não, já coloca essa série incrível na sua lista de leitura, pois vale muito apena conhecer todo esse universo.

Torre do Alvorecer não decai em questão de personagens marcantes, algo que estava com um pé atrás antes da leitura. Já que aqui não temos Aelin, Rowan e sua turma do último livro. Apesar de Chaol ser um personagem muito importante, não esperava ficar tão vidrada na narração tanto dele, quanto de Yrene e até mesmo Nesryn. Foi tão bom conhecer melhor o ponto de vista dos personagens nesse livro, principalmente Nesryn que não tinha sido narrada ainda. Yrene nós já conhecíamos do livro Lâmina da Assassina ( outro livro importante para se ler antes de começar ler o quinto livro da série) e Chaol já tinha sua narração na série. Então ver o ponto de vista de Nesryn foi muito bacana nessa história, ainda mais por conhecer mais das culturas dos povo de Antica através de seu olhos.

 Sartaq foi outro personagem bem marcante, não só por sua carisma e sua relação com Nesryn, mas conseguimos ver um grande líder nele, um homem honrado e muito determinado em proteger se povo. Borte apesar de não aparecer tanto, me conquistou com sua personalidade afiada, mas muito leal a todos. Seria muito interessante futuramente um livro contando sua história e a cultura de seu povo nas montanhas.

Yrene também se mostrou uma personagem e tanto no livro, com uma personalidade marcante, e traços interessantes, a personagem consegue até mesmo carregar a história facilmente enquanto vamos entendendo um pouco mais da vida dos curandeiros e seus costumes. Além é claro de sua interação com Chaol, que foi bem construída, já que de inicio ela sente raiva dele por ele ter sido capitão da guarda do rei de Adarlan, onde no passado causou muito sofrimento a ela. Sarah soube trabalhar bem a construção do relacionamento desses dois personagens.

Chaol é claro que não poderia deixar de falar dele. Um personagem bem querido desde o começo e que apesar de ter errado em alguns momentos, sofreu bastante em outros. E todo o peso de culpa ele carrega dentro dele, e nesse livro conseguimos ver o peso dessa culpa e como esse lado sombrio se alimenta dele. Os personagens secundários também merecem destaque já todos tiveram papéis importantes a desempenhar ao longo de trama e alguns com certeza se tornaram queridos e deve aparecer no próximo livro.

As revelações desse livro são cruciais para Reino de Cinzas e apesar de alguns não saberem devido a capa diferente das demais esse livro faz parte da sequência de Trono de Vidro e é visto lá fora como sexto livro, já que se você iniciar sem ter lido ele, com certeza vai se sentir bem perdido.

O final ainda trás um pedacinho do que houve no final do livro anterior e nos mostra Aelin e o que está prestes a acontecer com nossa personagem (só sofrência)

Não posso falar muito da diagramação do livro, pois li ele traduzido por um fã, então prefiro não opinar.

Mas, posso dizer que estou encantada com Torre do Alvorecer e apesar de achar que não iria gostar tanto quanto os outros livros, me vi mordendo a língua e ficando viciada conforme as revelações foram aparecendo. E a ansiedade foi tão grande estou esperando meu exemplar físico chegar para reler essa belezinha agora pela editora.