Resenha - A Pequena Livraria dos Corações Solitários

Título: A Pequena Livraria dos Corações Solitários

Autor: Annie Darling

Editora: Verus Editora

Classificação: 

Páginas: 305

Sinopse: Era uma vez uma pequena livraria em Londres, onde Posy Morland passou a vida perdida entre as páginas de seus romances favoritos. Assim, quando Lavinia, a excêntrica dona da Bookends, morre e deixa a loja para Posy, ela se vê obrigada a colocar os livros de lado e encarar o mundo real. Porque Posy não herdou apenas um negócio quase falido, mas também a atenção indesejada do neto de Lavinia, Sebastian, conhecido como o homem mais grosseiro de Londres. Posy tem um plano astucioso e seis meses para transformar a Bookends na livraria dos seus sonhos — isso se Sebastian deixá-la em paz para trabalhar. Enquanto Posy e os amigos lutam para salvar sua amada livraria, ela se envolve em uma batalha com Sebastian, com quem começou a ter fantasias um tanto ardentes. Resta saber se, como as heroínas de seus romances favoritos, Posy vai conseguir o seu “felizes para sempre”. O primeiro livro da série A Livraria dos Corações Solitários!

   

A Pequena Livraria dos Corações Solitários tem uma capa lindíssima, uma premissa que tinha tudo para agradar e ser queridinha, mas infelizmente ela acabou sendo algo que eu não esperava encontrar na leitura.

Posy Morland é uma jovem mulher que além de sua paixão por livros de romance, tinha uma paixão por seu local de trabalho, a livraria Bookends.

Seus pais sempre trabalharam na famosa livraria que se iniciou em 1912 por Agatha Thorndyke quando vieram morar em Blomsbury. Depois de Agatha a livraria ficou nas mãos de sua filha Lavinia que administrou arduamente a livraria.

Para Posy a Bookends era seu mundo, mesmo depois do acidente que acabou matando seus pais. Com um irmão pequeno para cuidar, Posy acabou assumindo responsabilidades cedo e como seus pais eram muitos próximos de Lavinia ela acabou cedendo o prédio acima para Posy morar com seu irmão e tentar se estabelecer na vida.

 "Melhor uma noite em casa com um bom livro do que uma noite fora com algum cara chato que nem se importa o bastante para vestir uma camisa limpa.”

Mas agora as coisas mudaram, Lavinia que era dona de tudo acabou falecendo para tristeza de todos. Sem saber para onde ir e já imaginando ser despejada do prédio, Posy nem imaginava que em seu testamento Lavinia a tinha designado proprietária da livraria e que ela tinha a missão de 2 anos para transformar o estabelecimento que vinha tendo prejuízo em lucro, e que se por acaso falhasse a livraria passaria para as mãos de seu neto Sebastian Thorndyke.

Posy e Sebastian não se aturam desde pequenos. Sebastian por ser filho único, se tornou muito jovem um dos homens mais bem sucedidos do estado, se tornando frio, autoritário e totalmente arrogante com todos. Sabendo que Posy irá falhar na missão dada por sua vó, Sebastian fará de tudo para tentar levantar o negócio novamente e Posy fará de tudo para transformar seu sonho de uma linda livraria em realidade. E para isso ambos terão que aprender a lidar um com o outro se quiserem encontrar um final feliz para a situação.

 "Cada livro prometia a seu leitor que, por mais dificuldade e tormento que a vida pudesse lançarem seu caminho, ainda havia finais felizes a serem alcançados."

A Pequena Livraria dos Corações Solitários infelizmente foi um livro que acabou destruindo as grandes expectativas que tinha sobre ele. Com um enredo até interessante e um conteúdo que tinha tudo para se tornar legal e fofinho, acabou se mostrando uma história irritante pela falta de trabalho em seus protagonistas.

Eu sou uma pessoa que dificilmente desgosta de clichês, já que história assim tem a nos divertir e até mesmo nos emocionar, mas essa obra infelizmente só conseguiu me trazer ranço e mais ranço dos personagens e sinceramente tinha momentos que não sabia quem era pior, se era a sem sal da Posy ou se era o escroto do Sebastian.

Eu até entendi que a autora queria criar um personagem masculino arrogante, frio e indiferente por fora, para no fim nos mostrar um homem bondoso por dentro. Mas com Sebastian não funcionou em nenhum momento, o cara é tão insuportável que em certas cenas ficamos chocados de ver a personagem feminina toda caidinha por ele.

Sebastian consegue se arrogante, estupido, preconceituoso em diversos momentos, e fazer de gato e sapato a protagonista que não consegue em momento nenhum ter voz contra ele. Se Sebastian disser que a cor da parede é azul, vai ser azul e pronto, foda-se (desculpem a palavra) se a protagonista quer algo diferente, que se dane a opinião dela na loja que ELA É DONA. Tudo simplesmente sai do jeito dele e pronto. Posy até tenta ser uma personagem com voz no livro, tentando retrucar com o personagem. Mas ele ouve o que ela diz? Não. Ele não se importa com nada além dele e por mais que a autora tenha tentado no final mostrar que ele se importava com a Posy, a história infelizmente não colou nenhum um pouco para mim.

E essa arrogância se achando o cara mais poderoso o tempo todo não é tudo. Sebastian se mostra autoritário em todas as cenas, além de só ter falas irônicas acabando com a personagem, ele simplesmente não apoia em momento nenhum! Ele não consegue enxergar as ideias da personagem, ele não ouve ela e momento algum. Além é claro, de desmotivar a personagem em todos momentos que ela fala suas ideias.

E por último Sebastian ainda consegue se totalmente machista em certos pontos da história. Tem uma fala dele no meio do livro que sinceramente eu fiquei totalmente enojada dele e a partir dai foi ranço a atrás de ranço do personagem. Ele diz o seguinte para a protagonista: “ Mas você é o típico exemplo de porque as mulheres nunca deveriam ter direito ao voto, Morland. Desde que passaram a votar, todas começaram a ter ideias sobre coisas que não lhes competem.” Essa é uma das piores frases dele, além é claro de implicar com a roupa da personagem, de usar frases praticamente insinuando que ela está acima do peso e outras coisas a mais.

Mas o fim do cúmulo mesmo é a personagem ser tão sem sal e sonsa e se apaixonar pelo cara tosco que ele é. E talvez por eu estar com ranço deles, não vi química alguma nesses dois e sinceramente ainda estou digerindo esse relacionamento que a autora tentou criar.

Posy só tem uma palavra que ela consegue retrucar com Sebastian, ela só conseguem dizer a ele que ele é um ‘’grosso’’ com ela e só. Se você fizer uma pesquisa dessa palavra dentro do livro você vai ver quantas vezes ela usa. Posy não tem voz nenhuma, aceita as criticas dele e mal consegue rebater uma conversa. Além de Posy ser insegura com praticamente tudo, ela se enrola em uma mentira tão sem noção que fiquei quietinha só vendo ela fazer merda na história e isso deixou ela tão sem graça que dá nervos em certos momentos.  E se isso não fosse  limite de tudo a autora ainda resolve colocar Posy para escrever uma história de época com ela e o tosco do Sebastian como protagonista e vocês já imaginam por onde vai a história né? 

Posy consegue criar uma história totalmente irritante colocando ela como uma personagem ainda mais sonsa que ela já na realidade. E é claro que ela colocou Sebastian como um homem poderoso que queria abusar literalmente dela em troca de uma divida que ela tinha com ele. Foi tão irritante que eu estava torcendo para a personagem do livro dela se ferrar mesmo. E isso para mim foi o limite dos limites do livro.

Mas... nem tudo foi água abaixo. Como eu disse lá em cima, o livro em si tem um conteúdo bacana, tem citações de clássicos durante as cenas, conseguimos enxergar muito bem as descrições que a autora insere e ficar encantada com a livraria que Posy herdou.

Os personagens secundários são bem interessantes. Para ser sincera são muito mais interessantes que os protagonistas e isso não me fez perder a esperança com o segundo livro com a personagem Verity seja bem mais interessante que esse. Por isso não descarto uma leitura. Já que a escrita da autora, por incrível que pareça consegue se cativante em meio ao caos de personagens ruins que ela criou. Lavinia que nem aparece na história ganha certo destaque só pelo que a autora passa dela e confesso que queria muito ter visto ela nas cenas do livro.

A diagramação do livro está muito bem feita e não encontrei erros durante a leitura. A capa é linda e consegue nos cativar só pela ilustração dela.

O desenvolvimento é interessante apesar de pecar em algumas falhas, e a resolução da história não mostra nada de diferente e mesmo sabendo que era um clichê eu esperava mais do final do livro.

Para concluir essa resenha/desabafo diria que A Pequena Livraria dos Corações Solitários foi um banho de água fria em minhas expectativas e que no final acabou sendo uma decepção quase total da história. Infelizmente para mim a história não deu certo pelos protagonistas serem muito mal feitos em quesito personalidade e que apesar de toda a raiva que passei, quero dar a chance para o próximo livro por ter protagonistas diferentes... e sinceramente?Espero não ver mais Posy e Sebastian na minha frente.