Resenha - Ruína e Ascensão

 

Título: Ruína e Ascensão - Grishaverso #3

Autor: Leigh Bardugo

Editora: Gutenberg

Classificação: 
Páginas: 344

Sinopse: A capital está em ruínas. O Darkling governa Ravka de seu trono de sombras. O destino da nação parece estar nas mãos de uma Conjuradora do Sol enfraquecida, de um rastreador sem forças e do que resta do que outrora foi um grande exército mágico.

Oculta nas profundezas de uma antiga rede de túneis e cavernas, Alina está fragilizada e deve se submeter à duvidosa proteção do Apparat e de fanáticos que a adoram como uma santa. No entanto, sua esperança está em outro lugar e seus planos exigem que ela recupere as forças para sair dali o mais rápido possível. Para isso, terá de forjar novas alianças e deixar de lado as velhas rivalidades como Maly para encontrar o último dos amplificadores de Morozova. Porém, quando começa a desvendar os segredos do Darkling, ela descobrirá um passado que vai alterar para sempre a sua compreensão do vínculo que eles compartilham. O pássaro de fogo é a única coisa que separa Ravka da destruição, mas ele pode custar à Alina o próprio futuro pelo qual ela sempre lutou.

OBS: LEVES SPOILERS DE SOL E TORMENTA!

Ruína e Ascensão é o terceiro livro da trilogia Grishaverso e a finalização da história de Alina e sua luta para salvar Ravka das mãos do Darkling e da escuridão que se aproxima.

Depois da última luta entre Alina e Darkling, a capital de Ravka agora é comandada pelo Darkling de seu trono de sombras. O destino da nação parece estar nas mãos de uma Conjuradora do Sol  que acabou sendo enfraquecida, e do que restou de um grupo de grishas que sobreviveram ao massacre que se instalou na corte.

Escondida no subterrâneo em uma rede de túneis e cavernas, pelo próprio Apparat, Alina está fragilizada e deve se submeter aos fanáticos que a adoram como uma santa e pelas rezas e orações do Apparat. Mas, ela sabe que logo precisa sair de lá e encontrar o pássaro de fogo juntando os três amplificadores e se tornando forte o suficiente para derrotar o Darkling das suas  maldades e ambições. 

Mas para isso, Alina terá que arriscar tudo se quiser descobrir o paradeiro do terceiro amplificador e entender toda a história de como tudo isso começou, e logo ela vai ver que o pássaro de fogo é algo completamente complicado e o futuro que ela imaginou está prestes a ruir. Ela vai descobrir um passado difícil, que fará todo o sentido, mas que vai alterar tudo o que imaginou. 

Confesso que Ruína e Ascensão foi uma leitura mediana, talvez minhas expectativas para o final fossem maiores, talvez eu esperasse um trabalho melhor na resolução da trama, nas explicações e na exploração do mundo que a Leigh criou, e no fim acabei não encontrando nada disso, só um final raso, morno, meio sem sentido e decepcionante nos caminhos que a autora quis colocar na história.

 

Primeiro ponto foi nossa protagonista, que até melhora no desenvolvimento nesse terceiro livro. Eu gosto muito da Alina, mas não concordo com várias decisões que ela tomou fazendo com que no final a história seguisse para um rumo diferente do que esperava. Alina é considerada uma santa, a salvação da nação, e mesmo com esse peso nas costas senti que ela estava mais preocupada em ter seu final feliz do que com o povo em si.

 

Maly foi outro ponto que não me agrada desde o primeiro livro. A autora até tenta melhorar ele nesse último livro. Ela Consegue? Sim, mas mesmo assim repito o que disse no livro anterior, Maly é sem sal, não tem química com Alina, ele não apoia os poderes dela, e a gente sente que ele só está do lado dela na esperança que ela volte ser a Alina sem poderes que ele conhecia, não sinto que ele a aceite como ela é de verdade e foi difícil de engolir todo esse romance forçado nesses livros.

 

Nikolai novamente carregou o livro nas costas com Baghra, e sinto que foram os melhores personagens da série. Zóia tambem se destaca e realmente passa a ser uma personagem bem interessante junto com Genya. Praticamente os personagens secundários tem mais carisma que os protagonistas infelizmente.

 

Sobre o Darkling, foi decepção por ladeira a baixo. Ele mal aparece na trama, não tem um passado explorado para que possamos entender totalmente o porque dele ser tão quebrado e sombrio, temos poucos flashs dele por causa de Baghra, mas não compensa a construção do personagem para ter um final medíocre e tão sem noção que a autora colocou na história. Claro que não vou dizer que ele é bonzinho e merecia um final feliz e cheio de amor. Chega um ponto na trama que não tem mais redenção dele, mas, mesmo assim tem tantos finais que a autora poderia ter colocado em um personagem tão exaltado na trama para deixar do jeito que deixou.

As cenas de ação são presentes na história tem todo aquele trabalho na construção da imagem da Alina, como ela vem sendo considerada uma Santa, mas faltou mais aprofundamento do passado da história. Cadê o passado da Alina presente? Cadê as explicações de seus poderes? Cada a ligação do Darkling e da Alina explorada? Cadê os outros países lutando contra Ravka? Cadê uma explicação melhor sobre os amplificadores e como eles se conectam?

Infelizmente a autora deixou passar muitos furos na história e não os explicou nesse livro que era para ser a chave de tudo. Eu até entendi o final que ela quis apresentar, mas não tem sentido toda aquela luta para terminar do jeito que ela deixou. Senti que Alina poderia ter um final muito mais feliz que aquele e isso me desanimou quando terminei a história.

A diagramação está bem feita, li a edição da editora Gutenberg, pois nessa data que fiz a leitura ainda não saiu o terceiro livro pela editora Planeta. A capa desse terceiro é bonita, de todas as três dessa editora é a que mais me chama atenção. Não encontrei erros durante a leitura.

Confesso que estou ansiosa para ler Six of Crows já que dizem que autora melhorou demais e que esse livro é maravilhoso. Espero muito gostar e tirar essa sensação de decepção que tive nesse terceiro livro da trilogia da Alina.

 

Resumindo, terminei Ruína e Ascensão com aquela sensação de “ Tá, mas cadê o resto? “ que infelizmente encontramos em alguns livros. Leigh Bardugo tinha a faca e o queijo na mão, mas jogou fora o que poderia ser um trabalho muito mais bem feito na história. Não estou nem falando do romance, mas num trabalho geral na trama. Senti que a autora começou a história com um propósito e não soube aproveitá-lo, se perdeu no meio  e deu um final se esquecendo de explicar vários detalhes importantes para compor um livro de fantasia. Dei três estrelas de dó, e porque tem personagens que valem a pena a leitura. 

• Personagens secundários carregam o livro muito bem;
• A ambientação continua interessante;
• Adoro o trabalho feito em cima dos Grishas;
• Teve uma leve melhora no desenvolvimento dos protagonistas.

• A autora não explorou tudo que criou dentro do três livros;
• Faltou respostas importantes para o desenvolvimento da história;
• Não  gostei do final da série, muito raso, achei sem sentido e contra tudo que foi feito no começo;
• O romance não me convenceu;
• O vilão não foi explorado nesse último livro;
• Faltou aprofundamento em praticamente tudo que é voltado para o passado da trama;
• Faltou mais explicação dos poderes da Alina e sua ligação com o Darkling;
• Faltou aprofundamento dos outros países vizinhos, das guerras e lutas.
•