Resenha - Sombria e Solitária Maldição

Título: Sombria e Solitária Maldição

Autor: Brigid Kemmerer

Editora: Plataforma 21

Classificação: 

Páginas: 504

Sinopse:  O reino de Emberfall está sob ameaça. Amaldiçoado por uma poderosa feiticeira, o príncipe Rhen foi condenado a repetir seu aniversário de dezoito anos por sucessivos outonos. E, com a chegada desta estação, ele se transforma num monstro que destrói tudo e todos que cruzam seu caminho. A maldição só será quebrada se uma garota se apaixonar por ele.

A vida de Harper nunca foi fácil. A garota nasceu com uma restrição de movimento causada por uma paralisia cerebral. O pai da jovem abandonou a família há muito tempo, e sua mãe está morrendo. Além disso, seu irmão assumiu as dívidas do pai e está envolvido com gente barra-pesada. Porém, um dia, ela tenta salvar uma desconhecida nas ruas de Washington DC e é atraída para um reino encantado.

Harper não sabe onde está ou em que acreditar. Um príncipe? Uma maldição? Um monstro? Mas, quanto mais ela convive com Rhen nessa terra amaldiçoada, mais ela compreende o que está em jogo. Ao mesmo tempo, o príncipe percebe que Harper não é só mais uma garota – ela é sua única esperança. Entretanto, forças poderosas se erguem contra Emberfall e será necessário mais do que uma maldição quebrada para salvar Harper, Rhen e seu povo da ruína total.

Sombria e Solitária Maldição é mais uma fantasia baseada no conto de A Bela e a Fera e como sou fã de releituras de contos de fada, não pude deixar de conferir mais uma obra do gênero. Apesar de ter gostado muito no geral, confesso que esperava um pouco mais do enredo da história.

Harper é uma jovem com uma vida muito difícil, desde pequena soube que tinha paralisia cerebral, mas apesar da doença a única coisa que a afetou foi a dificuldade para se equilibrar e andar mancando, e Harper se considera muito sortuda por isso. Mas se esse fosse seu problema maior seria muito bom.

Sua mãe está com uma doença terminal, seu pai os abandonou com uma divida enorme com alguns bandidos barra pesada e cabe a ela e seu irmão mais velho tomar conta de sua mãe e tentar se livrar das dividas que ambos possuem.

Mas as coisas acabam complicadas quando Harper acaba tendo que ficar de vigia para que seu irmão cobre uma divida para conseguir dinheiro e ela presencia uma moça sendo sequestrada.

Sem pensar duas vezes, ela acaba atacando esse homem e sem perceber ela acaba sendo ''teletransportada'' para o mundo de Emberfall. Um lugar mágico onde ela conhecerá o jovem príncipe Rhen que possui uma terrível maldição que ele só conseguirá libertar se fizer uma jovem moça se apaixonar por ele.

Agora Harper acima de tudo quer poder voltar para seu mundo para cuidar de sua mãe e ajudar seu irmão, mas até a estação acabar ela está presa em Emberfall e se quiser ajudar Rhen precisará se apaixonar por ele já que é ultima tentativa de quebrar a maldição. Mas como se apaixonar por uma pessoa quando outras dependem dela e ela precisa estar em outro lugar?

"As escolhas que fazemos podem não ser as escolhas que desejamos, mas ainda sim são escolhas."

 " Eu não vou me apaixonar por você - diz ela.Suas palavras não são uma surpresa. Eu suspiro.- Você não será a primeira."

Sombria e Solitária Maldição pelo que vocês podem ver tem uma premissa totalmente marcante. Apesar de temos muito clichês na história por ser mais uma releitura, a autora conseguiu inovar com uma personagem cheia de cicatrizes e com uma doença pouco explorada nos livros que é paralisia cerebral. Apesar de Harper tem uma forma leve do problema, a autora aborda bem e nos faz refletir em quantas pessoas possuem essa condição.

O legal é que ela cria uma personagem totalmente forte, que apesar dessa limitação compensa em outras coisas sua força e determinação. Harper é forte, decidida e determinada quando quer algo e apesar dela querer muito ajudar Rhen e Emberfall, seu coração está totalmente voltado para sua família.

Rhen já digo que foi difícil de gostar de inicio, o personagem logo de cara é arrogante e mimado apesar de todo o problema que ele enfrenta a autora explica e explora mais na frente e mostra que todo esse jeito do personagem é só uma fachada para esconder suas feridas.
Confesso que Rhen não me conquistou em momento algum e achei o personagem bem superficial em diversos momentos.

Grey acaba roubando mais a cena do Rhen na história e apesar da autora querer jogar um ''certo'' triangulo amoroso na trama, fica bem óbvio que Harper e Grey combinam muito mais um com o outro do que ela com Rhen e talvez por isso eu não me convenci do romance central.

O romance realmente não me convenceu, e como esse é ponto forte da história por conta da maldição eu acabei dando uma nota mediana para a trama. Até mesmo a autora não explora tanto no final a romantização dos personagens o que me deixou meio confusa analisando o livro num todo apesar de entender o que ela quis passar.

A parte surreal ou fantasiosa para mim não se encaixou totalmente com a realidade do outro ponto da história. Não consegui conectar bem o mundo real da Harper com o mundo mágico de Emberfall e confesso que estranhei um pouco de inicio.

Apesar do livro ser o primeiro de uma série ( ainda não sei quantos são) confesso que muitas coisinhas deixaram a desejar. O próximo livro teremos Grey como protagonista e isso me animou mais, já que gostei mais dele do que do Rhen.

A finalização é boa e resolve algumas coisas, mas confesso que esperava uma reviravolta bem melhor, já que o final da ''vilã'' foi bem óbvio e clichê. A ponta para o próximo livro está ai, e vamos ver como a autora vai caminhar.

Para finalizar essa resenha posso dizer que Sombria e Solitária Maldição  foi uma boa fantasia, considero a história mediana, poderia ter sido melhor, tem pontos fortes que conquistam o leitor, mas também tem pontos mal trabalhados que desanimam em certos momentos. É um livro legal para quem curte fantasia, mas não é um dos meus preferidos quando se tratam de releituras.